A Gal morreu e eu só penso no preço do condicionador
um relato tragicômico sobre a finitude da vida e a importância dos cuidados capilares
Deixa eu te contar, a Gal morreu. Assim, de repente, eu estava lá, imóvel em frente à televisão, quando o plantão entrou. Pensei que fosse apenas mais uma bizarrice eleitoral e não dei muita atenção. Mas então, a repórter anunciou: "confirmada a morte de Gal Costa".
Deixa eu te contar, faz só uns 8 minutos que a notícia chegou e já fizeram um texto, um vídeo da carreira e chamaram amigos emocionados para contar as histórias vividas. A televisão é mesmo uma coisa louca.
Então, a Gal morreu e aqui estou eu, segurando minha xícara vermelha de café frio, -aquela que eu comprei porque a Meredith Grey tem uma igual- pensando que, caramba, todo mundo realmente vai morrer um dia. O poder e a importância de alguém que te mostra a sua finitude, ao findar, é realmente uma força estranha.
Deixa eu te contar, a Gal morreu. Louco, né? Eu parei para almoçar e lavar o cabelo. Você já viu o preço de um condicionador? Está caríssimo. Mas acho que com Lula assumindo, teremos uma economia mais justa e digna, até mesmo para comprar bons condicionadores de cabelo. Meu cabelo está enorme, fazia tempo que não o via desse tamanho, gasto muito condicionador para desembaraçar todos os nós -do cabelo, não da vida -. O cabelo comprido, assim como por muitos anos, voltou a me dar uma sensação incômoda, sinto que em breve ele não vai mais existir.
Tirei os nós e já tô indo para o Rio. Vou de ônibus, ele está lotado e ninguém está falando com ninguém. Eu escuto Gal no fone de ouvido Bluetooth. Que tecnologia fantástica, não é mesmo? Não ficar presa a fios, poder dançar livremente, correr livre. Ser livre representa muito para mim. Não é à toa que tatuei a palavra "liberdade" em mais de uma língua e em mais de um lugar do meu corpo.
Olha, eu coloquei Gal no fone de ouvido Bluetooth e o pé imobilizado apoiado no braço do banco da frente, onde tem um senhor com uma tosse estranha e sem máscara. Está chegando uma nova onda de COVID, você viu? Também houve relatos de luzes no céu, vários pilotos de avião as viram. Acho que é mesmo uma visita extraterrestre. Será que Gal morreu ou recebeu um convite para habitar um novo planeta? Será que as luzes que os pilotos de avião filmaram eram o transporte de Gal?
Enfim, a Gal morreu, você não vai ler este texto, eu sigo aqui com meu pé imobilizado, e é assim que percebo que a vida está acontecendo.
Update desde que esse texto foi escrito: o cabelo comprido não está mais aqui. Lula assumiu mas o preço do condicionador ainda segue caríssimo. Eu tenho muito menos nós -nos cabelos e na vida-. As vacinas seguraram a nova onda de COVID. As visitas extraterrestres não foram confirmadas. Nem tudo pode ser perfeito.
📍na pegada “coisas que você nunca soube sobre mim”: eu amo séries norte americanas tranqueiras.
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